domingo, 21 de julho de 2013

A TRAVESSIA

Quando as pessoas sozinhas ou até mesmo acompanhadas no meio da multidão, envolvidas pelo manto frio dos pensamentos fúteis, sentindo os perigos, os medos e as angústias torrentes; confundidas pelas suas dúvidas e tristezas, totalmente desalinhadas e perdidas no fundo da escuridão; logo vem à mente o encontro de uma sensação vazia e solitária, prisioneira do seu próprio mundo e do seu ser, carregado pelo grande fardo da falta de convicção e determinação.

Assim, esses desesperos são consequências do tempero da insegurança, da incompreensão e do esquecimento daqueles sentimentos tão propagados pelo Nosso Criador: o real construtor, transformador e impulsionador do barco responsável pela suave travessia no mar das nossas vidas.

Aquilo que nos sufoca também provoca reação para novamente sorrirmos...
De repente, é necessário fazer acontecer o grito da libertação dessa vida miudinha, cheinha dos desejos materiais e dos sonhos banais, que somente nos faz mal... Devemos acordar conscientes desse universo perverso e inverso, cheio de defeitos, que nos embriaga e nos torna pequenos, sem rumo e sem direção.

É naquela nau, – forte, agradável e instransponível -, que devemos embarcar, sem pensar e sem hesitar... É nela, com os irmãos, - de mãos dadas e de coração aberto e sonhador -, que teremos que singrar em nossa travessia, com confiança, bons fluídos e propósitos iluminados pela luz divina, a qual nos transformará e nos ensinará e nos levará, de forma diferente, ao encontro dos ventos da calmaria.

Mas, aquele barco imperceptível estará sempre a nos convidar e nos esperar, sem cobrança, sem pressa e sem sofreguidão para realizarmos essa passagem com coragem, emoção, devoção, serenidade e obediência aos ensinamentos mais nobres e sagrados para entendermos o verdadeiro sentido da nossa existência.

Aquilo que nos transporta para uma nova transformação, com certeza, nos libertará...

Assim, com o condão da fé, chegaremos limpos e puros aquele porto seguro, porque banhados pelas águas purificadas da bem-aventurança e do perdão, tornaremos seres livres, leves e soltos das amarras das nossas culpas e das más intenções praticadas, por descuido ou infelicidade, nesse mundo cheio de imperfeições.

Então, quantas travessias terá o mar de sua vida?



João Pessoa, 21 de julho de 2013 – 01h56 min. - 10h.16min.
José Ventura Filho

Nenhum comentário:

Postar um comentário