Quem se arrisca falar em inflação, mesmo que camuflada, ou em eleição a ser realizada ainda neste ano?
Quem grita por emprego ou pela contenção dos avantajados índices da violência em todos os seus tipos e níveis?
Todos os acontecimentos acerca desses assuntos serão ouvidos e deixados no canto do esquecimento. Bom demais para aqueles detentores de poderes de decisão que usam expedientes planejados na calada da noite, utilizando-os através de palavras e gestos artificiais, a fim de enganar, como sempre, seus ingênuos seguidores ou vítimas.
O comércio se deliciará com a oferta de seus produtos predominantes nas cores verdes e amarelas. O lucro crescerá assustadoramentecom exploração do homem pelo homem.
Mas o que vale é o bilhete, hoje tão difícil de ser adquirido pela camada social mais carente, para assistir esse evento que só acontece em quatro e quatro anos.
As escolas, o comércio, as indústrias, aeroportos, repartições públicas, hospitais e outros estabelecimentos negociarãofacilmente flexibilidades em seus horários, menos as horas extras, as férias, 13º, planos de cargos e salários, enfim, todos direitos trabalhistas na sua integralidade mais justa.
Os gramados serão palcos das rivalidades entre os demais países e as cores de cada bandeira serão os símbolos representativos de cada sentimento patriótico. Naquele momento, não haverá distinção de classe social.
Cada jogador ali revelado será escolhido e carimbado pelas cifras monetárias ofertadas das mãos dos intermediários ou cartolas, verdadeiros proveitadores que representam os grandes clubes espalhados em todos os continentes.
Todos esses argumentos são frágeis demais!
E o povo, de novo, será a massa de manobra, que ingenuamente só cobrará o título de campeão e nada mais, retornando às suas atividades com o dever cívico cumprido,mas comprido pelas mazelas que adiante lhe esperam.
José Ventura Filho
Joseventurafilho.blogspot.com.br
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