segunda-feira, 4 de março de 2019

ANTÔNIO AÇOITE

/Ainda menino afoito, entre os sete e oito anos, /
/Conheci um “doido”, chamado Antônio Açoite. /
/Hoje, para mim, era um lendário, um visionário. /
/Mesmo assim, tinha medo, não dormia à noite. /

/A minha mãe quando queria que eu fizesse algo/
/Dizia-me para eu cumprir e não deixar esquecido /
/Senão chamaria Antônio Açoite para ele resolver. /
/Então se instalava na minha cabeça um zumbido. /

/Ele era um homem de estatura muito avantajada, /
/Tratava a minha mãe como madrinha e devoção; /
/Tinha na mão um cordão com a pedra amarrada, /
/Seu brinquedo preferido que lhe causava emoção. /

/Na minha rua, sempre passava no mesmo horário, /
/E eu temerário, debaixo da cama esperava sua ida;/
/Não tinha outra saída, minha mãe muito atenciosa/
/O admirava e o respeitava, entendendo a sua vida. /


João Pessoa, 03 de março de 2019 – 09h22min.

José Ventura Filho

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