segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

88 depois da Passagem da Coluna Prestes por Piancó, a cidade ainda lembra do fatídico dia; piancoense lança cordel sobre o tema

O piancoense radicado em João Pessoa, João Trindade, esteve visitando Piancó neste domingo (09), quando das comemorações históricas sobre a Passagem da Coluna Prestes pela cidade. Sempre no dia 08 de cada ano o Município oferece a população um resgate histórico, onde traz a tona o acontecimento que marcou a vida dos piancoenses, que foi a passagem dos homens da Coluna por Piancó, deixando várias vítimas, lideradas pelo Padre Aristides Ferreira da Cruz. Controvérsias à parte, o momento serve para marcar um período histórico que, mesmo não tendo uma razão para "comemorar" o dia, a data é marcada por vários eventos. E foi num destes eventos que o piancoense e professor João de Trindade escreveu um Cordel que fala sobre a Coluna Prestes em Piancó. Cordel semelhante foi lançados em anos anteriores, pelo pesquisados Josealdo Rodrigues Leite, com o mesmo conteúdo e o mesmo estilo.

A vinda do professor de Português João Trindade à Piancó, se trata de algo muito importante, porque resgata um dos filhos mais ilustres que a cidade tem, e que nunca teve seu nome reconhecido por seus  conterrâneos (autoridades) pelo valor cultural que ele representa.

O ex-deputado e advogado Eilzo Matos também falou sobre a Passagem da Coluna Prestes por Piancó, usando a seguinte opinião sobre este momento histórico:

PADRE ARISTIDES EMBOSCOU A COLUNA NA PASSAGEM POR PIANCÓ. QUERIA AGRADAR O GOVERNADOR PARA PERSEGUIR OS LEITE FERREIRA. INDIVÍDUO DE MORAL DUVIDOSA LEVOU À MORTE AMIGOS QUE ENGANOU CRUELMENTE, DEFENDENDO A SUA VIDA. PIANCÓ NÃO ESTAVA EM QUESTÃO E NÃO MERECE ESTE REBAIXAMENTO MORAL NA HISTÓRIA DA PARAIBA.

Quando a Coluna Djalma Dutra/Siqueira Campos/Miguel Costa (depois chamada Coluna Prestes) realizava sua marcha histórica através do país, não era seu propósito o combate armado, mas a divulgação de ideias sociais renovadoras na política nacional. Partidariamente os coronéis sertanejos e suas oligarquias, que se alinhavam quer na situação quer na oposição,e desfrutavam as benesses do Estado estavam de um lado; e do outro os reclamos do povo contra o atraso econômico e social que tal procedimento acarretava ao país, e era escutado pelos militares.

A Coluna divulgava a necessidade de instituir o voto secreto, o ensino primário obrigatório e outros direitos sociais. Tenho absoluta certeza que o povo da Paraíba e de Piancó não contestava estas teses. Pelo contrário as defendia, como comprovou com a sua representação parlamentar votando favoravelmente nas casas legislativas.

Quanto ao endeusamento e glorificação do Padre Aristides que alguns pretendem, digo sem medo de errar: Piancó não merece tal rebaixamento, tal despropósito, que constitui uma traição à tradição deste povo bravo, que tem entre os de ontem e os de hoje, legítimos e mais altruístas personagens e heróis. O padre Aristides era somente um desajustado e estranho no meio.

O que resta comprovado extreme de dúvidas, é que o padre Aristides provocou levianamente o confronto. Quanto ao seu heroísmo, tal não me impressiona, porque não existiu. Ele era um desajustado, em conflito com Igreja Católica, réu condenado pela legislação canônica, proibido de realizar batismos, celebrar missas, ouvir confissões, era feroz defensor de privilégios. Era verdadeiramente uma figura de nenhuma importância do ponto de vista da ética social, política e religiosa. Pelo contrário. Somente um pretenso coronel protetor de cangaceiros como tantos, no estilo da época. Não passava disto. E o que é pior, envolvido em negócios com personagens escusos que proliferavam nas feiras, no comercio de gado, de animais, etc. Todos conhecem e alguns remendaram a “história do boi lavrado”.

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