sábado, 8 de fevereiro de 2014

Eilzo Matos e sua opinião sobre o Padre Aristides

Acho que Piancó não merece o rebaixamento moral de ter o Padre Aristides como heroi. Emergiu das sombras como uma maldição, a figura sinistra do padre Aristides Ferreira da Cruz. Indivíduo de comprovado mau comportamento social desde o seminário, fez pior no vicariato em Piancó. Fornicava adolescentes na matriz e nas capelas. Deixou mulher e filhos, mancomunou-se com assassinos, bandoleiros de feira, numa promiscuidade criminosa, estabeleceu censura nos costumes (logo ele), pintou e bordou. Um taradão, assediador sexual perigoso. A justiça divina tarda, mas não falta. Teve o fim que merecia.
 
Escutei ainda criança, em conversas na calçada da minha avó, o padre Manoel Otaviano descrever cenas insólitas da conduta do padre Aristides, guindado à chefia política local com a derrota do candidato dos Leite Ferreira, o Monsenhor Walfredo Leal na eleição estadual em 1915, para o governo do Estado. A violência própria do cangaço dominou a vida do município. O padre Aristides decretou “toque de recolher” aplicavel aos seus adversários, como acontece hoje nos morros cariocas dominados pelas gangues de traficantes de droga. Até o dr. Felizardo Leite Ferreira, médico, deputado federal, para atendimento profissional à noite, tinha de comunicar ao delegado de polícia pau mandado do padre Aristides. 
 
Tudo está narrado pelo padre Manoel Otaviano da APL e do IHGP na monumental e mais detalhada obra sobre a política em Piancó: “O Dr. Felizardo já estava em Misericórdia, Paula e Silva fez morada em Princesa, capitão Tolentino Leite recolheu-se à sua fazenda Pedra D´Água. Outros fugiram para mais longe.”, (OTAVIANO, Pe. Manoel - Os Mártires de Piancó Editora Teone – A Coluna Prestes na Paraíba – Editora Acauã João Pessoa PB”). Documento:
 
Carta de Suspensão do Pe. Aristides "Ao Remº Padre Aristides Ferreira da Cruz.Tendo chegado ao nosso conhecimento a falta de obediência as nossas paternas admoestações, feitas pessoalmente a Vosso irmão, para fatos que desabona inteiramente a dignidade sacerdotal e até mesmo do homem de bem, o que infelizmente vemos comprovado e ao domínio de todos, com pesar retiramos de Vosso irmão, o exercício de todas as sagradas ordens, até que tenhamos a obediência que sempre temos recebido do nosso clero. Prezo ao Sagrado oração de Jesus que o irmão, bem se compenetre da gravíssima responsabilidade que tem diante de Deus, servindo de escândalo a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo." Paço Episcopal da Paraíba. Em 16 de Julho de 1912. Adauto, Bispo Diocesano.

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